Jaguari sempre foi pioneira e empreendedora desde seus primórdios aos dias atuais, promovendo vinte e três edições do Grito do Nativismo Gaúcho, colocando a Terra das Belezas Naturais, no mapa da história da música do Mercosul. Este espírito empreendedor da Associação Cultural Tradicionalista de Jaguari fora regido por seu lema “A ação de hoje, tradição de amanhã.”
A Comissão Organizadora do 1º Grito do Nativismo Gaúcho de Jaguari reportou o espírito deste festival na contra capa do primeiro disco:
Por acreditarmos que Jaguari, pelas suas belezas naturais e pelo seu povo, tinha condições de se tornar um ponto de referência na cultura gaúcha, reunimo-nos em agosto de 1985, para em várias reuniões, deliberarmos se havia ou não possibilidade realização de um Festival de Música Nativa, com o objetivo de provocar um encontro de músicos e instrumentistas gaúchos em nossa terra e incentivar a juventude, local e regional, para criatividade na arte musical e literária.
De reunião em reunião, conseguimos sensibilizar o CTG, a Rádio Jaguari, o Lions Clube, o Capejar, o Léo Clube, a Indústria e o Comércio local bem como a Prefeitura, que foi quem avalizou o nosso evento.
Fundamos a seguir a Associação Cultural e Tradicionalista de Jaguari para que fosse a coordenadora do Festival que a esta altura já tinha o nome de 1º GRITO, e passamos a visitar os festivais da região para irmos pegando cancha, para que nosso Festival, errássemos o mínimo possível.
Gente de Jaguari mesmo, criou o emblema, motivo para decoração do palco do Festival, além da capa deste 1º LP que vos apresentamos. Em Jaguari, todos vibraram. Esperamos agora que o Rio Grande do Sul acredito em nosso Projeto.
Assim surgiu o Grito do Nativismo Gaúcho de Jaguari inspirado no contexto histórico do movimento dos festivais do Estado do Rio Grande do Sul e motivados pelas lideranças culturais de Jaguari, o qual se tornou um evento referência cultural e poético-musical.
Confira no site da Câmara Municipal de Jaguari as capas dos discos e as músicas de todas as edições: https://camara.jaguari.rs.gov.br/cultura/musicas-grito/
A 1ª edição do Grito do Nativismo foi presidida por Daniel Lena Marchiori, sendo realizada em janeiro de 1987, no Salão Paroquial de Jaguari, nela se consagrou campeã o Hino Nativista de Jaguari, “Caminhos de Jaguari”, uma composição de Cláudio Lena, Luiz Bastos e Mauro Ferreira, na interpretação de um dos maiores cantores gaúchos, César Passarinho.
Com a conclusão das obras do Ginásio Municipal de Esportes, atualmente denominado “Daniel Lena Marchiori”, o festival passou a ser realizado naquele amplo espaço até sua 7ª edição.
A 2ª edição do evento foi presidida pelo tradicionalista João Damásio Cattelan.
Nas 3ª, 4ª e 5ª edições do Grito Nativismo o empresário Edison Bedin foi o presidente do festival.
A 6ª edição do Grito do Nativismo foi presidida pelo grande incentivador da cultura nativista em Jaguari Antônio Carlos Almeida Boeira.
E o 7º Grito do Nativismo, último a ser realizado no Ginásio de Esportes, foi presidido pela entusiasta professora Marilene Nadalon Bertoncheli.
O Festival foi crescendo, sua infraestrutura melhorando e consequentemente sua qualidade cultural e musical, tornando-se uma referência, assim em 1991, no 3º Eco dos Festivais de Tramandaí, a música “Terra e Gente” de Mauro Moraes foi apontada pelos jurados como a melhor música dos festivais nativistas do Rio Grande do Sul.
A 8ª edição do Grito do Nativismo foi presidida por Antônio Carlos Saran Jordão, trazendo inovações em sua estrutura, eis que o evento passou a ser realizado no Clube de Caça e Pesca de Jaguari (CAPEJAR), construindo-se uma verdadeira cidade de lona às margens do Rio Jaguari.
Em janeiro de 1995 foi realizada a 9ª edição do Grito do Nativismo, presidida por Gentil Campara, acompanhado de sua esposa, a musicista Marlene Zucco Campara, trazendo o show da banda Nenhum de Nós para abrilhantar o evento.
A 10ª edição do Grito do Nativismo, também presidida por Gentil Campara, construiu uma estrutura inovadora para a época, com uma pista de 500 metros quadrados para a realização dos bailes, com duas lonas, aumentando a capacidade de público nas quatro noites de evento, abrindo-se espaço para a música instrumental. Sendo lançado o CD Grito do Nativismo Gaúcho – 10 anos, com as principais vencedoras de cada ano.
O radialista Orestes Bolzan Bertoncheli foi o presidente da 11ª edição do Grito do Nativismo quando as composições classificadas passaram a ser gravadas em CD, havendo neste o registro da famosa composição “Caminhos de Jaguari” de forma instrumental, com arranjos do maestro Daniel Morales.
A 12ª edição do Grito do Nativismo foi presidida por Eudo Callegaro Tambara momento em que foi sonhada a construção de um pavilhão de eventos que atendesse as necessidades do festival e da comunidade jaguariense.
O 13º Grito do Nativismo também foi presidido pelo empreededor Eudo Callegaro Tambara.
O pavilhão de eventos foi ampliado para 3.500 metros de área construída para abrigar a 14ª edição do Grito do Nativismo, também sob a presidência de Eudo Callegaro Tambara.
O 15º Grito foi presidido por Joceli Antônio Salin, momento que foram ampliadas as instalações e a parceira entre a Associação Cultural e Tradicionalista e o Clube de Caça e Pesca de Jaguari – CAPEJAR, destacando-se a escrita do Poema Jaime Brum Carlos sobre a data:
O tempo passou e a menina cresceu… E a infância passou. E a boneca de louça ou de pano talvez, nas brumas dos anos, perdida no tempo, ficou igualzinha, pois boneca de pano ou mesmo de louça não cresce nem sonha como sonham e crescem as bonecas de carne semeando a ternura em mil horizontes abertos aos sonhos do seu mundo interior. Tomara que o tempo que, um dia levou a boneca de pano ou de louça talvez, não leve a doçura deste teu sorriso e nem a pureza dos teus olhos mansos, boneca-menina, menina-mulher. (Jaime Brum Carlos)
A 16ª edição do Grito do Nativismo também foi presidida por Joceli Antônio Salin.
Excepcionalmente, o 17º Grito, foi realizado em agosto de 2003, conjuntamente com a FEICOAGRO, sendo presidido por Eudo Callegaro Tambara.
O 18º Grito do Nativismo também foi presidido por Eudo Callegaro Tambara se firmando como um dos maiores eventos nativistas do Estado do Rio Grande do Sul.
A 19ª edição do Grito do Nativismo foi presidida por Joceli Antônio Salin, sendo considerado um dos maiores festivas, com a participação de milhares de pessoas.
Estamos em busca de informações mais concretas com relação a 20ª edição do Grito do Nativismo Gaúcho de Jaguari.
A 21ª edição do Grito do Nativismo aconteceu em agosto, em razão de enchente, tendo como presidente Valdecir Cristofari.
Para não se perder a história e a tradição do evento a Associação Cultural e Tradicionalista de Jaguari foi extinta em 2012, transferindo seu patrimônio ao CAPEJAR, para que este mantivesse viva a história do famoso festival. Assim, ocorreu o 22º Grito, presidido pela professora Maria Helena Callegaro.
A 23ª edição do Grito do Nativismo Gaúcho de Jaguari foi a última, realizada em 2012.
Para preservarmos a história solicitamos a todos que tenham informações relevantes sobre o Grito do Nativismo, especialmente, sobre as realizações de cada presidente, as premiações das músicas e o reconhecimento destas músicas noutros eventos, que nos encaminhem os dados para podermos complementar as informações históricas, através do E-mail: camara@jaguari.rs.gov.br .