Em 15 de abril de 1897 Jaguari recebeu a primeira visita de um Governante do Estado, aguardado por um grande número de pessoas, o Dr. Júlio Prates de Castilhos, veio acompanhado de numerosa comitiva. O Presidente do Estado prometeu a construção de uma ponte, destacando Júlio de Castilhos, em seu discurso:
“Farei construir a ponte sobre o rio Jaguari e darei andamento aos estudos para desobstrução do mesmo rio, que são indiscutíveis necessidades para este núcleo e desejos ardentes e justificados do seu operoso diretor, o Dr. Severiano de Almeida.”
“A conclusão da ponte sobre o rio Jaguari foi comemorada com festa, em 1º de março de 1899. Dotada de superestrutura de ferro e robustos pilares de alvenaria de pedra, a obra foi parcialmente destruída, no início do ano seguinte, por uma enchente extraordinária, que ultrapassou em dois metros a pista de rodagem, deixando apenas os pilares. Em sua reconstrução, iniciada em 08 de março de 1900, os pilares foram elevados até a altura atual, sendo posteriormente restaurada a superestrutura danificada pelas águas.”
Sobre a história da Ponte Julio de Castilhos, Cincinnato Brandão, destaca: “A sua superestrutura está construída de pranchas de madeira de lei de 0,10×0,20cm. Na parte central, em um vão de cem metros, todo o vigamento metálico foi reparado com solda elétrica, e as pranchas substituídas por outras novas, em número de 980, trabalho este que foi mandado executar pelo Governo do Estado.”
A ponte do Rio Jaguari foi importada pela firma Comercial de Porto Alegre, Marcínio, Morais & Matos, no ano de 1898, da qual faziam parte Marcínio José de Mattos e José Thomaz de Mattos, tios do Prefeito da época, Dr. Cincinnato Brandão.
A Ponte Julio de Castilhos, assim foi denominada, em sinal de gratidão do povo jaguariense.
O histórico realizado pelo jaguariense Cevy Tambara Filho destaca que a forte estrutura da Ponte Julio de Castilhos que a consagrou centenária, passou pela violência das águas do Rio Jaguari em diversas ocasiões. No primeiro ano de existência, 1900, acabou sendo parcialmente destruída, por uma grande enchente. A reconstrução foi imediata, sendo elevados seus pilares até a altura atual e restaurada a estrutura metálica danificada.
No final da década de 1950, a pista de rodagem, construída originalmente de pranchões de madeira, foi substituída por laje de concreto.
Em 1975 o DAER realizou manutenção na ponte, com a recuperação dos pontos de corrosão e repintura da superestrutura metálica.
A enchente que mais atingiu a comunidade jaguariense ocorreu em 1984, na ocasião restou destruída a cabeceira esquerda da Ponte Julio de Castilhos. Diante de tal infortúnio foi construído o conjunto habitacional do Bairro Consolata para acolhimento das famílias atingidas pelas águas do Rio Jaguari.
No dia 31 de maio de 2015, lamentavelmente, ocorreu o desabamento de um dos vãos da estrutura metálica, quando da travessia de um veículo de carga. Tal situação acarretou na declaração de Situação de Emergência, em razão dos prejuízos advindos ao Município de Jaguari, em razão da cisão da cidade.
A ponte foi reinaugurada em 08 de julho de 2018, sendo reconstruída e totalmente restaurada pelo Governo do Estado do Rio Grande do Sul, voltando a ser um dos cartões postais da Terra das Belezas Naturais.
Fonte: BRANDÃO, Cincinnato. Jaguari . Porto Alegre: Oficina Gráfica da Livraria do Globo – Barcellos, Bertaso & Cia. 1940.
Fonte: GAMPERT, Otto. Jaguari 350 Anos de História 1632 – 1982. Santa Maria: Pallotti, 1983.
Fonte: MARCHIORI, José Newton Cardoso. Esboço histórico de Jaguari. Santa Maria: Pallotti, 1999.
Fonte: TAMBARA FILHO, Cevy Rinaldo. A Centenária Ponte Rodoviária sobre o Rio Jaguari: Uma síntese histórica. Jaguari, 2018.