Colônia de Jaguari

“O Município de Jaguari, fruto de projeto de colonização iniciado nos últimos anos do Império, tem suas verdadeiras raízes históricas fincadas em período muito anterior, conforme testemunho de abundantes artefatos indígenas e alguns registros bibliográficos que remetem a meados do século XVII”.

No ano de 1877, os primeiros imigrantes italianos chegaram à Colônia de Silveira Martins. Com o crescimento da imigração e não havendo mais lotes disponíveis para distribuição naquela Colônia, passaram a buscar terras devolutas ao redor.

Por sua localização, a colonização de Jaguari levou mais tempo para ser iniciada. “Somente em agosto de 1886, o Dr. Siqueira Couto deslocou-se à região, dando início aos trabalhos preliminares”. O projeto de colonização de Jaguari, logo no início, teve dificuldade devido ao interesse de alguns exploradores de madeira locais, as quais solicitavam legitimações de posse sobre grandes áreas. No primeiro ano de atividades foram medidos 78 lotes de 25 hectares, e logo até o início de 1888 foram medidos 249 lotes agrícolas nas terras de Jaguari.

Em abril de 1888 ingressou na Comissão encarregada pela medição o Dr. Severiano de Souza de Almeida.

Conforme dados do Registo de Imigrantes da Colônia de Jaguari ou no Registro de Colonos Imigrantes 1888-1906, as primeiras concessões de lotes agrícolas aconteceram em setembro de 1888 e continuou nos anos de 1889 estendendo-se até 1906. Os imigrantes predominantes eram os italianos, mas entre eles apareciam os poloneses, austríacos, alemães, belgas, franceses, ingleses, espanhóis, entre outros.

Além destes imigrantes enviados pelo serviço de colonização, Jaguari também recebeu os imigrantes de outras rotas, entre eles um expressivo contingente oriundo da Colônia Rio Negro, no Uruguai.

“Até o final de 1890, o trajeto de Silveira Martins para Jaguari era feito em carroções, a cavalo ou a pé, pois somente em 23 de dezembro daquele ano foi inaugurado o trecho ferroviário Santa Maria-Cacequi”.

A vida do imigrante era cheia de dificuldade e preocupações. “Não bastava a saudade da pátria distante, dos amigos parentes que lá ficaram, tudo era novo nesta terra inculta e estranha”, as condições eram precárias e insalubres. As epidemias alastravam-se entre os imigrantes. Foram dezenas vitimados pelo tifo, difteria, diarreias, pneumonias, sarampo, tuberculose, e outras doenças infecciosas não diagnosticadas.

“Com relação à estrutura da Colônia, cabe frisar que as primeiras demarcações de lotes foram deitas nas terras compreendidas entre os rios Jaguarizinho e Jaguari.”

Com o desenvolvimento da Colônia de Jaguari, surgiram novos núcleo. Em 1891, foi criado o núcleo de Ernesto Alves, situado à margem do Rio Jaguarizinho. Após em agosto de 1892 criou-se o número Toroquá e, finalmente, o de São Xavier, no ano de 1894.

Fonte: MARCHIORI, José Newton Cardoso. Esboço histórico de Jaguari. Santa Maria: Pallotti, 1999.

_da_attachments