Archive for agosto, 2020

HOMENAGEM DAS CENTENÁRIAS

https://youtu.be/S5klCPPBGB0

Em março de 2020, durante as programações da 10ª Semana Mais Mulher, a Câmara Municipal de Jaguari, faria uma homenagem as nossas Mulheres Centenárias, Generosa Santa Perassolo Alves e Lila Cananéia.

Hoje se invertem as homenagens, com estas mulheres de fibra, que destacam o Centenário da nossa Jaguari.

#JAGUARI100ANOS
#CENTENÁRIODECULTURA

EMANCIPAÇÃO DE JAGUARI

Através do Decreto Estadual n.º 2.627, de 16 de agosto de 1920, ocorreu a emancipação política do Município de Jaguari, mediante desmembramentos dos municípios de São Francisco de Assis, de São Vicente do Sul, de Santiago do Boqueirão e de Julio de Castilhos. O Decreto assinado pelo Governador do Estado do Rio Grande do Sul, Antônio Augusto Borges de Medeiros, previa a nomeação de intendente provisório, mas o Município continuaria fazendo parte integrante da Comarca de São Vicente.

Em segundo decreto, o Governador do Estado, instituiu a organização do município, determinando o cadastramento de eleitores e a adoção da lei eleitoral de São Vicente para o pleito vindouro. Em terceiro decreto, foi então nomeado o Bacharel Miguel Chmielewski, como intendente provisório de Jaguari.

O Decreto nos seguintes termos:

O Presidente do Estado do Rio Grande do Sul, no uso da atribuição que lhe confere a Constituição, artigo 20, n.º 15;

Considerando justa a aspiração dos habitantes do território que foi outrora a colônia de Jaguari;

Considerando que os Conselhos Municipais de São Vicente, Júlio de Castilhos, São Francisco de Assis e Santiago do Boqueirão pronunciaram-se, favoravelmente, à elevação do referido território à categoria de município, dentro dos limites por eles traçados o que são os discriminados no art. 2º dêste Decreto;

Considerando que ao Govêrno do Estado cabe prover, sôbre a administração do novo município,

DECRETA:

Art. 1.º – Fica elevado à categoria de município, com a denominação de JAGUARI, o território abaixo descrito e composto de desmembramento dos municípios de São Vicente, Julio de Castilhos, São Francisco de Assis e Santiago do Boqueirão;

Art. 2.º – Os limites de novo município serão os seguintes: ao norte, partindo do ponto em que a linha Estivalet encontra o arroio Calça-Bota, segue por êste até encontrar o “Jaguarizinho”, desde por êste rio para tomar em seguida o arroio Sanga da Areia, até o lugar em que êste encontra a estrada que vai de Jaguarí a Ernesto Alves; por esta estrada até a sua junção com a que conduz à Vila Flores; por esta saindo no campo e daí pela sombra do mato até ao rio Jaguari; por êste, tomando depois até o arroio Pessegueiro. A leste e sudoeste pela estrada de rodagem de São Xavier; ao sul, pelo arroio Jacaré; a oeste, pelo rio Jaguar, até sua confluência com o Jaguarizinho, seguindo por êste depois pela Sanga dos Lopes, até ao rio Piquirí, pelo qual vai até à divisa da posse dos Medeiros e outros, continuando pela sombra do mato, até alcançar a linha Estivalet e, por esta até encontrar o arroio Calça-Bota.

Art. 3.º – O novo município regular-se-á pela Leio Orgânica de São Vicente, até que o Conselho Municipal, em sua primeira reunião, decrete a lei orgânica respectiva.

Art. 4.º – A sua administração provisória observará o orçamento em vigor do município de São Vicente em tudo que for aplicável e enquanto o Conselho Municipal, que fôr eleito, não votar o orçamento definitivo.

Art. 5.º – O Govêrno do Estado nomeará um Intendente provisório que procederá no menor prazo possível a eleição de Intendente e Conselheiros  Municipais.

Art. 6.º – O território dêste município constitue parte integrante da Comarca de São Vicente.

Art. 7.º – Revogam-se as disposições em contrário.

Palácio do Govêrno, em Pôrto Alegre, 16 de Agôsto de 1920.

A. A. Borges de Medeiros.

Protasio Alves

Fonte: MARCHIORI, José Newton Cardoso. Esboço histórico de Jaguari. Santa Maria: Pallotti, 1999.


Fonte: BRANDÃO, Cincinnato. Jaguari. Porto Alegre: Oficina Gráfica da Livraria do Globo – Barcellos, Bertaso & Cia. 1940.

.

CLUBE UNIÃO

Em 28 de julho de 1895 fundou-se o Clube Germânia, funcionando inicialmente na casa de Fernando Dummen, atual prédio do Museu Municipal de Jaguari. A sociedade somente conseguiu inaugurar sua sede própria a 31 de dezembro de 1903, onde hoje se encontra o Clube União.

No natal de 1911, foi inaugurado o salão de bailes e de festas da sociedade. Durante o período da 1ª Guerra Mundial, em consequência da ação de grupos exaltados que apedrejavam sua sede, a Sociedade Germânia fechou suas portas.

Em 11 de julho de 1920, em assembleia os Associados resolveram reabrir a sociedade, reformar seus estatutos e mudar o nome de Sociedade Germânia para Clube União de Jaguari.

Com a finalidade de cultivar e incentivar a vida social do município foi criada em 28 de novembro de 1921, a Sociedade Flor de Primavera, entidade esta inteiramente integrada ao Clube União. A Sociedade era formada por senhoras e senhoritas da sociedade jaguariense, as quais organizavam bailes, horas de lazer, músicas e trabalho teatrais, nunca deixando de lado as atividades para fins beneficentes.

Na área esportiva, destacaram-se os times de Bolão, sendo que em 1985, teve início a integração através do esporte da bocha, quando o Clube União passou a realizar o Torneio Internacional de Bochas, o qual promove o intercâmbio entre as delegações gaúchas, de outros estados brasileiros e de países vizinhos do Mercosul.

Fonte: MARCHIORI, José Newton Cardoso. Esboço histórico de Jaguari. Santa Maria: Pallotti, 1999.

Fonte: BRANDÃO, Cincinnato. Jaguari. Porto Alegre: Oficina Gráfica da Livraria do Globo – Barcellos, Bertaso & Cia. 1940.

COOPERATIVA AGRÍCOLA JAGUARI LTDA.

No ano de 1950 se intensificou a produção no campo e a agricultura gaúcha vivia momentos de super safra de trigo motivo de alegria para os produtores rurais. Mas a deficiência na armazenagem passava a ser um grande problema. Para resolver tal situação o Governo Federal financiou e estimulou a criação de cooperativas. Entre 1956 e 1957, se registrou a criação do maior número de cooperativas tritícolas do Rio Grande do Sul, organizadas para defender e resgatar a autoestima dos produtores agrícolas.

Em 18 de setembro de 1957, nasceu a Cooperativa Tritícola Jaguari Ltda., com 20 sócios, tendo como primeiro presidente, Atílio Reghelin, eleito por unanimidade.

O trigo foi a cultura que dominou os primeiros anos de atividade da Cooperativa, depois foi vez da soja e atualmente o foco principal é o arroz.

Em 1963, a Cooperativa passou a denominar-se Cooperativa Agrícola Jaguari Ltda. e ao longo dos anos foi sendo ampliada a estrutura de armazenagem, acompanhando os ciclos de produção de cada época, sendo que inicialmente foram construídos armazéns para o recebimento do trigo. Posteriormente, no ano de 1975, foi construído um armazém graneleiro com capacidade para 24.000 toneladas, para armazenagem da grande produção de soja e quando o ciclo do arroz chegou, houve necessidade de nova estruturação, sendo construídos 09 silos metálicos para melhor conservação dos grãos e a industrialização dos mesmos.

HOSPITAL DE CARIDADE DE JAGUARI

Em 15 de março de 1937 iniciaram as tratativas para a construção do Hospital de Caridade de Jaguari, por um grupo de pessoas da comunidade, destacando-se José Paulo Reginato, Fernando Schilling, Armindo Buss, Pedro Marchiori e Padre Achiles Bertoldo.

Em 12 de dezembro de 1937, foi lançada a pedra fundamental, com Missa Solene e execução do Hino Nacional pela Banda do 1º Regimento de Santiago. Ao final do mês, em reunião da diretoria, era assinado o contrato para a construção do prédio. Assim, em 24 de março de 1940, em grande ato solene foi inaugurado o Hospital de Caridade.

Fonte: BRANDÃO, Cincinnato. Jaguari. Porto Alegre: Oficina Gráfica da Livraria do Globo – Barcellos, Bertaso & Cia. 1940.

Fonte: MARCHIORI, José Newton Cardoso. Esboço histórico de Jaguari. Santa Maria: Pallotti, 1999.

COOPERATIVA AGRÁRIA SÃO JOSÉ LTDA.

Em 19 de março de 1932, liderados por Maximiliano Cortiana, um grupo de produtores rurais, deram os primeiros passos no cooperativismo em Jaguari, fundando a Cooperativa Agrícola São José Ltda., em homenagem ao Santo deste dia. Com o crescente desenvolvimento da Cooperativa Agrícola São José e o aumento de seu capital social, foi necessária a construção de dois prédios, inaugurados a 14 de maio de 1935: um para depósito de vinhos e outro para fumo.

Foi no churrasco comemorativo a este evento que o Dr. Alvino Sesti lançou a ideia da fundação de um hospital em Jaguari. No ano de 1939 a entidade passou a denominar-se “COOPERATIVA AGRÁRIA SÃO JOSÉ LTDA.”

Fonte: MARCHIORI, José Newton Cardoso. Esboço histórico de Jaguari. Santa Maria: Pallotti, 1999.

Fonte: TAMBARA FILHO, Cevy Rinaldo. A Cooperativa de Vinho de Jaguari: das brumas do passado rumo ao centenário: um histórico a ser escrito. Jaguari, 2012.

Confira no documento abaixo, o histórico da Cooperativa Agrária São José Ltda., editado por ocasião dos 80 anos de fundação.

SPORT CLUB JAGUARY

No final de 1919, iniciaram as tratativas para a fundação da entidade que deu origem ao “Sport Club Jaguary”. A primeira reunião aconteceu em 10 de agosto de 1920, completando seu centenário na data de ontem, na casa de Ordalio Feijó. “De acordo com a “Acta Provisória n.º 1”, o grupo de amigos designou inicialmente à agremiação de “Pindorama Sport Club”, adotou as cores verdes e amarela e decidiu instalar a “cancha” em plena praça. Na segunda reunião, de 11 de setembro do mesmo ano, o nome foi alterado para “Sport Club Jaguary”; foram escolhidas as cores verdes, “encarnada” e amarela, sendo organizada sua primeira diretoria.

Em 1967 o “Sport Club Jaguary” foi inscrito oficialmente na Federação Gaúcha de Futebol, passando a disputar o Campeonato Estadual de Amadores, onde por três vezes consecutivas foi Vice-Campeão.

O Esporte Clube Jaguari trouxe para nossa cidade equipes de vários municípios do Estado do Rio Grande do Sul, sendo um berço de atletas que atuaram na Dupla Grenal.

USINA MUNICIPAL DE JAGUARI

“Em novembro de 1939, a cidade foi varrida por um inesperado e horrível ciclone, causando grandes estragos na edificação da área urbana. Entre os prédios, que ruíram, estava o da empresa que fornecia luz à cidade, e como não foi possível nenhum entendimento com a referida empresa, para restabelecer a corrente elétrica […] a Prefeitura levou o caso ao conhecimento da Secretaria do Interior e da Interventoria Federal, resultando, daí, a organização de uma usina de emergência, para fornecer luz às repartições públicas, hotéis, cinema e algumas casas particulares, até o momento em que fossem ultimados os trabalhos da nova usina municipal”.

“Ao mesmo tempo, a Prefeitura, redobrando esforços, ativou todos os trabalhos da usina em construção, começados em dezembro de 1939 e conseguiu, com felicidade, inaugurar a luz elétrica na cidade na noite de 4 de julho de 1940”.

A usina municipal funcionava em edifício próprio, especialmente, construído para esse fim, em terreno a margem do Rio Jaguari.

Fonte: BRANDÃO, Cincinnato. Jaguari. Porto Alegre: Oficina Gráfica da Livraria do Globo – Barcellos, Bertaso & Cia. 1940.

Reporta o historiador jaguariense José Newton Cardoso Marchiori que a energia elétrica era fornecida por uma empresa particular, fundada em 13 de maio de 1915, sendo a primeira usina de energia elétrica de Jaguari, de propriedade de Pedro Pelizzari, mediante concessão da Prefeitura de São Vicente, por um período de 20 anos, funcionando desde o entardecer até a meia noite.

Fonte: MARCHIORI, José Newton Cardoso. Esboço histórico de Jaguari. Santa Maria: Pallotti, 1999.

ESCOLA SÃO JOSÉ

O Ginásio São José teve seus primórdios em 1925 quando foi extinto o Colégio São José, na cidade de Júlio de Castilhos. A convite do Pároco de Jaguari as Irmãs do Imaculado Coração de Maria vieram para nossa comunidade.

O Ginásio São José, foi fundado oficialmente em 26 de março de 1925, iniciando as aulas com 80 alunos, em prédio provisório. Em novembro de 1926 foi inaugurado o prédio do Ginásio São José. Além do curso primário, havia internato para meninas.

Em face das dificuldades financeiras, em 1991, a Congregação das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, procuraram o Executivo Municipal, com a proposta de entregar o educandário ao Município de Jaguari. Após várias reuniões através da Lei Municipal n.º 1.922, de 02 de dezembro de 1991, o imóvel foi incorporado ao Patrimônio Público do Município de Jaguari.

A estrutura serviu como sede da Escola Municipal São José durante os anos letivos de 1992 a 2018, inicialmente, criada como Escola de 1º Grau Completo pelo Decreto Executivo n.º 050, de 10 de julho de 1992 e depois denominada como Escola Municipal de Ensino Municipal pela Lei n.º 2.222, de 22 de agosto de 2000. Atualmente o prédio abriga a Secretaria Municipal de Educação, a Biblioteca Pública Municipal, o Conselho Tutelar e o Programa Primeira Infância Melhor.

CINE TEATRO IDEAL

Em dezembro de 1932, foi fundado em Jaguari, o Cine Teatro Ideal, pelos sócios Dr. Alvino Sesti, Ernesto Benincá e Virgínio Marchiori. Constituídos em sociedade, os três cidadãos jaguarienses, permaneceram com a casa de diversões públicas até 1934, quando passou à propriedade de Orestes Capizzani e Virginio Marchiori.

Em 1936, com a saída do sócio Virginio Marchiori, o Teatro passou a funcionar com a administração de Orestes Capizzani, o qual realizou algumas modificações objetivando a satisfação da população. A tradicional casa de espetáculos fechou definitivamente as portas no início da década de 1980.

Fonte: BRANDÃO, Cincinnato. Jaguari. Porto Alegre: Oficina Gráfica da Livraria do Globo – Barcellos, Bertaso & Cia. 1940.

Fonte: MARCHIORI, José Newton Cardoso. Esboço histórico de Jaguari. Santa Maria: Pallotti, 1999.